quinta-feira, 11 de novembro de 2010

AOS PAIS, COM AMOR.

Vendo o ocorrido em Goiânia no tal “Berçário Bebê Feliz”, local em que crianças eram torturadas pela mulher paga para protegê-los, e depois vendo as declarações de alguns pais, deu-me vontade de escrever algo sobre o assunto. Mas eu não vou pedir aqui a cabeça da tal mulher como muitas pessoas o têm feito, mas também não sou louco o suficiente para inocentá-la, na verdade não quero falar sobre a crueldade da tal mulher.
Quando eu e minha esposa vimos pela TV as notícias sobre o fato nós nos lembramos de algo acontecido com nossa filha quando ela ainda tinha os seus quatro anos de idade. Nós a matriculamos em uma escola nova por motivo de termos nos mudado e algo começou a acontecer de errado, pois ela, nossa filha, que antes tinha prazer em ir para a escola, agora chorava muito todos os dias quando a deixávamos na sala de aula. Quando procuramos a diretoria para falar sobre o assunto a única coisa que nos disseram é que ela acostumaria com o tempo. Como sempre nos mantivemos vigilantes com nossos filhos, em menos de uma semana nós a transferimos de escola na qual ela teve um ótimo desenvolvimento. Alguns anos se passaram e conversávamos sobre a tal escola, foi então que tivemos a surpresa de a Marcella, nossa filha, se lembrar da escola e do ocorrido ali. No primeiro dia de aula ela chorou estranhando o lugar e para que se calasse a ‘tia’ a trancou sozinha na sala de aula durante o período do lanche e recreio, e o fato se repedia nos dias seguintes, ou ela era trancada na sala de aula ou na secretaria. Quando ela nos contou isso me arrependi muito por tê-la deixado ali por aqueles longos quatro ou cinco dias.
No caso acontecido agora tem crianças que por alguns anos consecutivos sofreram todo tipo de agressões. Muitas delas por repetidas vezes choravam quando chegavam na rua do berçário, outras sinalizavam para os pais que apanhavam na boca e ouvi o relato dos pais de uma criança que o filho dizia que a vovó era uma ‘vovó má’. Não quero nem de longe condenar os pais, mas quero usar esse fato para que possamos meditar no quanto estamos investindo em nossos filhos.
A vida corrida e as necessidades do dia a dia têm tirado da família alguns valores. Muitos pais estão dando aos filhos o presente mais moderno, os lazeres da moda e investindo em estudos cada vez mais ousados, isso é bom e necessário, mas nada paga o abraço, o beijo, o carinho e a atenção de um pai. Muitas vezes o filho chora pedindo algo novo, mas o que ele quer de verdade é os braços do pai e o carinho da mãe. A ‘modernização’ da educação onde a palmada virou crime, o trabalho da mãe obrigatório e o consumismo cada vez mais presente está criando uma geração de crianças frias e feridas. Muitas estão aprendendo sobre tudo com todos, menos com aqueles que deveriam ser o referencial para a vida, os pais.
Que cada um de nós, possamos aproveitar esse momento para meditarmos no que temos oferecido aos nossos filhos. Eles precisam de mais abraços, carinho e atenção. Eles precisam mais de nós e menos do que temos. Eles precisam de nossa sensibilidade de poder ler o seu pedido de socorro em um choro ou reação contrária ao que queremos oferecer-lhe.
Talvez com isso consegamos evitar que sofram quando estiverem longe de nós.

Um abraço a todos.

Um comentário:

  1. " Amor".... acima de tudo, com todos e principalmente com nossos filhos!!
    Antonio Junior

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