quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O ESPELHO

Não há como fugir. O espelho reflete a verdade. O fio de cabelo branco, a pele manchada, as primeiras rugas, a roupa rasgada... É assim. Ele denuncia e você vê ali a sua própria imagem.
Esta palavra é um pouco dura de aceitar e talvez até um pouco difícil de entender, mas a verdade é que os filhos recebem dos pais aquilo que eles são e não aquilo que eles sabem. O dizer “faça o que eu digo e não faça o que eu faço” não funciona com ninguém, muito menos com pais e filhos.
Cabe aqui uma pergunta:
- O que você quer que seu filho seja?
Você poderá responder:
- Quero que seja honesto, respeitável, obediente, verdadeiro, de bom caráter...
Este é o desejo de todo pai, mas permita-me fazer outra pergunta:
- Você é assim? Você é o que você ensina a seu filho?
Em I Pedro 5.3 diz que o líder precisa ser “modelo do rebanho”, e a família é o primeiro rebanho. Muitos pais estão dizendo aos filhos o que se devem fazer, mas o testemunho visual não lhes passa o que ensinam e isso se torna um problema, pois esses pais muitas vezes perdem a autoridade e basta ao filho crescer um pouco e já estará confrontando aos pais em seus erros.
Vejamos aqui alguns pequenos exemplos negativos dos pais que desviam o caráter do filho:
·         Mandá-lo mentir que você não está em casa ou que está no banho;
·         Mandá-lo “dar uma desculpa” à professora para justificar não ter feito as tarefas de casa;
·         Incentivá-lo a bater no colega da escola que vive o implicando;
·         Dizer que você o está esperando para sair e enquanto ele troca a roupa ou a sandália você sai sem levá-lo;
·         Brigar no trânsito e depois dizer que ele não pode fazer o mesmo;
·         Beber bebida alcoólica ou fumar e querer ensiná-lo que isso é errado;
·         Não devolver o troco que passou e ainda dizer que se faltasse o caixa não iria devolver;
·         Ter alguma atitude errada na rua e proibir-lhe contar à mãe (ou ao pai);
·         Falar mal dos seus líderes espirituais e ensinar-lhe que se deve ser fiel;
·         Achar “bonitinho” quando o filho dá um “tapinha” no rosto de um adulto e ainda manda repetir...
Infelizmente fatos como esses continuam acontecendo todos os dias.
Esses dão margem ao conto que diz que a criança ao atender à campainha foi ao pai anunciar que o chamavam, e este querendo se esconder orientou o pequeno a mentir sobre a sua presença e a criança na sua simplicidade disse ao seu interlocutor: “meu pai mandou dizer que não está”.
Parece engraçado, mas fatos são sérios e poderiam acontecer todos os dias para ver se esses pais seriam desmascarados e aprendessem sobre a necessidade de deixarem Deus mudar o seu caráter.
O pai precisa ser sim o super-homem para o filho, mas não um super-herói às avessas, atrapalhado que não sabe o que faz. Os filhos precisam de pais que sejam antes de tudo, modelo, um espelho que reflete a santidade de Deus.
Uma parcela muita pequena de filhos não incidem no mesmo erro dos pais, Deus com um poder especial os protege. Entendo que esses têm um chamado especial para serem agentes de grandes transformações.
É preciso que se entenda que nem sempre a debilidade se manifesta no filho através do mesmo pecado. O espírito que induz ao erro é o mesmo, mas a exteriorização é de uma forma diferente.O propósito de Deus é que a família o busque, (Gn 12,3; Js 24.15; Ml 4.6; Ef 6.1-4) e a promessa d’Ele é que tanto pais quanto filhos sejam restaurados. É isso que se deve buscar, a transformação da família. Pais que não são espelhos que busquem o milagre, filhos que não se espelham nos pais que busquem a restauração.

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